Estou aqui para falar um pouquinho sobre o cenário atual, que é inédito para todos nós, tanto na nossa vida pessoal, profissional e principalmente emocional.Fala-se que a primeira onda foi de saúde pública, a segunda é econômica, a terceira é psicológica e a quarta é de oportunidades, e eu vejo que a psicológica está muito ligada às oportunidades. 

Vemos em muitos vídeos, depoimentos, “memes” e e-mails falando sobre o adiamento de atividades e compromissos, e provocam um pouco de tudo nas pessoas, como insatisfações e incertezas. As promessas de mudanças na forma de como conviver com as pessoas e em sociedade, enfim isso, estimula uma revisão de postura, comportamento e de objetivos de todos nós.

Eu particularmente gosto muito de uma palavra, que nos tempos difíceis em nossa empresa e na nossa família foi muito importante, e agora é ainda mais, que é a resiliência. Andrew Zolli define a resiliência como “a capacidade de uma empresa, pessoa ou sistema manter seus propósitos e integridade ao enfrentar circunstâncias novas extremamente desafiadoras”. Eu acho que vem de encontro diretamente a essa pandemia que está acontecendo, é uma palavra um pouco difícil, estranha, mas particularmente acho ela é fundamental para todos os momentos.

Que na verdade a resiliência que vem do termo da física significa propriedade que alguns corpos dos corpos apresentam de retornar a forma original, após terem sido submetidos a uma transformação física e elástica, etc. Para trazer para o nosso dia a dia imagine uma esponja, que você aperta e ela encolhe, você deixa de apertar e ela volta para o formato normal, ou ainda uma mola, que é da mesma forma.

Comentamos as vezes que as pessoas mais velhas que tem bagagem é porque elas têm mais a resiliência, “já aguenta mais a porrada” digamos, e quando a gente aumenta nossa resiliência, ou seja, aumenta a nossa força mental de entender e saber que o que está acontecendo é um fator externo, não depende de nós, da minha empresa, da minha família, que é um fator externo que acaba afetando, o pobre e o rico, independente da cor, da religião, do time de futebol.

Quanto mais tivermos resiliência e melhorar esse impacto, aumentamos também a auto estima, fazemos uma revisão e definição nossos objetivos, o senso de propósito e de missão é reavaliado constantemente. Aprendemos a alavancar as nossas competências e das pessoas que estão com a gente, a superar os desafios atuais, que são são diferentes de tudo aquilo que a gente já viveu.

Neste momento ficamos muito tempo com as mesmas pessoas, como nossos familiares, e pode chegar a um ponto de stress, mas precisamos levar o stress de uma força positiva e pensar em aproveitar melhor esse momento para desenvolver, para crescer e evoluir. Conseguimos ter mais tolerância à contratempos e coisas que antes a gente se estressa facilmente, então a gente aumenta nossa inteligência emocional para lidar com nós mesmos e com os outras pessoas.

Para resumir, a resiliência aumenta a nossa capacidade de adaptação. A adaptabilidade é uma palavra que está em destaque agora, todo mundo tem que se adaptar com criatividade para resolver esses problemas. Saber que depois dessa pandemia, depois dessa crise, as coisas vão ser diferentes, a solidariedade aumenta nesse momento, e as pessoas aprendem um pouco a pedir ajuda quando necessário.

Este também é o momento de aprender a liderar, de qualquer forma, em qualquer setor, hierarquia ou momento que estivermos, e precisamos aprender a liderar com o exemplo. O exemplo é a melhor maneira de seguirmos de cabeça erguida e vermos que é toda a nação e que todas as pessoas que estão sendo afetadas por isso. Se cada um fizer a sua parte, cada um fizer um pouquinho para ajudar o próximo e seguir as recomendações dos especialistas, vamos evoluir e sair dessa bem melhor do que estamos hoje.

Escutei uma vez sobre as palavras que têm o “re” na frente, o prefixo de alguns verbos de ação. Nesse momento faz a gente repensar, reavaliar, reestruturar nossa equipe de trabalho, nossa família e redesenhar os processos, a forma de gente se comportar. Renovar a postura, se atualizar, precisamos estar atentos a tudo que acontece, e neste mundo globalizado temos que saber filtrar se não a gente enlouquece. Rever o que que faz bem e o que mal para nós e para as outras pessoas, reanimar aquilo dá sentido à vida, nos sentirmos vivos e ter um objetivo diário, receitar conselhos, receitar a autoestima, refletir o que está o que está acontecendo, e porque que está acontecendo e pensar um pouquinho fora da caixa. Reatar as relações, vemos que nesse momento estamos usando bastante a tecnologia para falar com as pessoas e é muito importante, acredito que depois de tudo isso um abraço, um aperto de mãos e as famílias se ver mais. Para terminar, o reconhecer é uma forma simples e humana de as pessoas se ajudarem, a gente se ajudando vamos sair dessa ainda melhores.

Kaio Poletti

Economista e especialista Gestão de Negócios. Possui mais de 25 anos de experiência na gestão de área comercial e administrativa/financeira. Desenvolveu projetos em vários grupos econômicos: agronegócios, indústrias, bancos, nutrição animal, logística, transporte de mercadorias e pessoas, distribuidoras de vários segmentos entre outros.

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